Grupo Comporte e CRRC vencem leilão do trem de São Paulo a Campinas e linha 7 da CPTM

Projeto inclui construição de três serviços, com ramal expresso que pode chegar a 140 km/h; houve apenas 1 proposta na disputa

O consórcio C2, formado pelo grupo Comporte, e a estatal chinesa CRRC, venceu o leilão para a construção e operação do projeto de trem que ligará São Paulo a Campinas. O certame foi realizado nesta quinta, 29, na B3, em São Paulo.

A proposta, que foi a única apresentada, ofereceu desconto de 0,01% na contraprestação, cujo valor total era de R$ 8,06 bilhões.

Contraprestação é o nome dos pagamentos anuais que o governo fará para a empresa vencedora, que serão feitos por 30 anos após o início da operação.  Já o aporte, de R$ 8,9 bilhões, é um valor extra a ser pago pelo governo durante as obras. A segunda etapa do leilão envolveria o desconto ao aporte, mas a disputa foi encerrada na primeira fase.

Ao todo, o investimento para a implantação do projeto (capex) é previsto em R$ 14,2 bilhões. O trem intercidades foi incluído no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e receberá cerca de R$ 6,4 milhões de reais em aportes do governo federal. A obra será feita no modelo de PPP e a operação dos serviços será feita pelo consórcio por 30 anos.



O consórcio C2, que venceu a concorrência, é liderado pelo grupo Comporte, ligado à família Constantino, fundadora e controladora da Gol Linhas Aéreas e que opera várias empresas de ônibus urbanos e rodoviários, como a BR Mobilidade, Piracicabana e Prata. Em 2022, o Comporte também levou a concessão do metrô de Belo Horizonte, em um leilão que teve uma única proposta.

A CRRC é uma estatal chinesa que fabrica trens e materiais ferroviários. É uma das maiores empresas do mundo no setor e já forneceu trens para a Supervia e o metrô do Rio de Janeiro.

Apesar da falta de concorrência, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) celebrou o resultado. "Nem sempre é fácil conseguir organizar tudo e montar consórcio. A gente começou essa jornada com três, quatro grupos interessados, mas ao longo do tempo foi afunilando. Ao final, o leilão é um sucesso. Contratamos o trem intercidades e ele vai virar realidade"

Tarcísio disse ainda que o governo trabalha na criação de outros trens intercidades. A previsão é que um ramal ligando a capital a Sorocaba seja leiloado em 2025. Os outros projetos são criar conexões pelos trilhos a São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e Santos, no litoral.

O governo também quer leiloar os ramais que seguem sob operação da CPTM: as linhas 10-turquesa, 11-coral, 12-estudantes e 13-safira. As datas para isso ainda não estão definidas.

Como será o trem intercidades
O projeto tem três partes diferentes: um trem expresso (TIC) ligando Campinas até a estação Barra Funda, em São Paulo, um trem metropolitano (TIM) para conectar Jundiaí a Campinas, com paradas em Valinhos, Vinhedo, Louveira e Jundiaí, e a atual linha 7-rubi da CPTM. O vencedor do leilão passará a operar os três serviços.

O governo estima que o trem expresso poderá atender até 61,2 mil passageiros por dia, em sua capacidade máxima. Já os outros dois serviços devem transportar 632 mil viajantes por dia.

Embora o traçado já tenha trilhos, será preciso eletrificar o trecho entre Campinas e Jundiaí e fazer alterações ao longo do caminho, como remanejar o pátio de trens da Lapa. Também será feita uma nova linha férrea paralela, para o transporte de cargas. Este ramal será construído pela MRS, que fez um acordo em 2022 e terá de terminá-lo até 2029.


O TIC, de São Paulo a Campinas, terá velocidade média de 95 km/h, podendo chegar a 140 km/h. O trajeto será de 101 km, com parada em Jundiaí. Com isso, a viagem de ponta a ponta deve durar 64 minutos.

A tarifa máxima do TIC foi estipulada em R$ 64, mas o valor vai sofrer correções pela inflação até o ano de entrada em operação, prevista para 2031. Antes, em 2029, deve ficar pronto o TIM, serviço com paradas, que conectará Jundiaí a Campinas. Esse trem parador terá tarifa máxima de R$ 14,15, que também serão corrigidos. A linha 7-rubi segue a tarifa dos transportes sobre trilhos da Grande São Paulo, atualmente em R$ 5.

A linha 7-rubi, de São Paulo a Jundiaí, já está em operação e passará por obras de melhoria. No entanto, o ramal será encurtado: passará a ir apenas até a Barra Funda, sendo que hoje há uma ligação direta até a região do ABC, por uma conexão com a linha 10-turquesa. Na prática, é possível ir de Jundiaí a Rio Grande da Serra sem trocar de trem.

O governo fará uma transição mais alongada, e a linha 7 será assumida pelo consórcio privado só 18 meses após a assinatura do contrato, o que deve ocorrer nos próximos meses. A ideia é evitar falhas como as que ocorreram na transição das linhas 8 e 9 da CPTM para a concessionária ViaMobilidade, marcada por acidentes e falhas.

Do lado de fora da B3, sindicalistas protestaram contra a realização do leilão. Em discursos, eles defenderam que a CPTM, empresa estatal que atualmente opera a linha 7, tem capacidade técnica para operar o novo trecho e manter a linha 7. Também disseram que a privatização pode trazer risco de piora dos serviços.

Vimos no Exame

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Veja o cronograma oficial da concessão da Linha 7-Rubi e do Trem Intercidades até Campinas

Ramal que hoje pertence à CPTM começará a ser operado pela iniciativa privada após 18 meses da assinatura do contrato. TIC deve levar 18 meses para ser projetado e cinco anos para ser construído.

Prestes a ser leiloado, o Trem Intercidades São Paulo-Campinas é um projeto que tem sido gestado há muitos anos e que está perto de sair do papel finalmente. No entanto, levará ainda um longo tempo antes que o primeiro passageiro embarque em um serviço novo, sobretudo a prometida ligação expressa entre as duas cidades.

Apesar de o leilão ocorrer no final deste mês (29 de fevereiro), a concessionária terá ao menos 18 meses após a assinatura do contrato para assumir, de fato, a operação das linhas.

Neste artigo vamos detalhar um pouco do cronograma para a concessão da Linha 7-Rubi e Trem Intercidades. Todo o processo foi dividido em cinco etapas distintas que devem durar cerca de 84 meses (7 anos).

Cronograma de implantação do TIC (SPI)

Fase Preliminar

A primeira etapa da concessão será a Fase Preliminar com duração de seis meses. Ela se inicia a partir da assinatura do contrato. O principal objetivo desta fase é permitir que a concessionária inicie os preparativos básicos da concessão.

Neste caso estão incluídas as apresentações dos diversos planos para obras e financiamento. Ao mesmo tempo deverão ser elaborados os trâmites para a obtenção das licenças ambientais junto a CETESB.

Em outra linha, a concessionária deverá definir o quadro técnico de multiplicadores (treinadores) a serem mobilizados para a Linha 7-Rubi durante a etapa de transição. Comitês técnicos e auditores independentes deverão ser contratados nesta fase.

Fase Preliminar (SPI)

Fase Pré-Operacional

A segunda etapa é a chamada Fase Pré-Operacional que terá duração de 12 meses. Ela se iniciará após o término da Fase Preliminar.

Nesta etapa ocorrerá o treinamento do pessoal da concessionária pelos funcionários da CPTM. Os funcionários da estatal deverão atuar durante seis meses após o início da operação comercial.

Ao longo deste período ocorrerá a transferência dos trens da Série 9500 e a disponibilização de equipamentos de manutenção da CPTM para a concessionária.

Após o término da Fase Pré-Operacional inicia-se efetivamente o prazo da concessão de 30 anos.

Fase Pré-Operacional (SPI)

Fase de Pré-Construção

A terceira etapa é a Fase de Pré-Construção que terá duração de 18 meses e se iniciará a partir do término da Fase Preliminar.

Neste período serão realizadas ações importantes para a execução das obras. Os projetos básicos e executivos deverão ser produzidos nesta fase.

Além disso, a concessionária deverá obter a Licença de Instalação da CETESB, além de realizar a contratação de seguros e estabelecer o plano de investimentos e o cronograma de obras.

Fase de Pré-Construção (SPI)

Fase de Construção

A quarta etapa é a fase de construção que terá duração variável. Para o TIM o prazo estabelecido será de 36 meses, enquanto que para a Linha 7-Rubi e TIC, o prazo será de 60 meses. Ela se inicia após o término da Fase de Pré-Construção.

Nesta etapa dos projetos básicos e executivos deverão estar prontos e apresentados ao poder concedente. As obras deverão ser iniciadas nesta fase, ou seja, dois anos após a assinatura do contrato.

O primeiro serviço novo a ser entregue deverá ser o TIM entre Jundiaí e Campinas. Após a conclusão das obras deverá ocorrer a operação assistida com duração de três meses. Nesta etapa ocorrerão treinamentos, apresentação de planos de operação e por fim a Licença de Operação da CETESB.

Após a entrega do TIM, serão entregues as obras do TIC, que terão duração de cinco anos, e que deverão ser realizadas juntamente com as melhorias da Linha 7-Rubi. O TIC também passará por operação assistida de três meses.

Fase de Construção (SPI)

Fase de Operação

A última etapa será a Fase de Operação que deverá ocorrer em períodos distintos. No caso da Linha 7-Rubi, ocorrerá após o final da Fase Pré-Operacional. No caso do TIC e TIM, a Fase de Operação ocorrerá a partir da liberação operacional de cada serviço.

O primeiro serviço a entrar em operação será a Linha 7-Rubi. Deverá ser iniciada no 19º mês a partir da assinatura do contrato e terá duração de 360 meses (30 anos).

O segundo serviço a entrar em operação será o TIM entre Jundiaí e Campinas. A operação se iniciará no 61º mês a partir da assinatura do contrato e terá duração de 318 meses (26 anos e meio).

Por fim, o TIC entre São Paulo e Campinas deverá entrar em operação no 85º mês a partir da assinatura do contrato. A concessionária deverá operar o serviço durante 294 meses (24 anos e meio).

Fase de Operação (SPI)

Nesta etapa a concessionária será avaliada pelo serviço e deverá cumprir todos os regulamentos, normas e planos de operação e manutenção por ela elaborados e aprovados pelo poder concedente.

Após 360 meses de concessão, deverá ser assinado o Termo de Encerramento da Operação. A partir desta etapa o governo poderá reassumir os serviços, propor a extensão do contrato mediante novos investimentos ou delegá-lo a uma nova empresa.

Vimos no Metrô/CPTM

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Linha 4 Amarela ganhará duas novas estações: Chácara do Jockey e Taboão da Serra

Serão mais 3,3 quilômetros de extensão, totalizando 13 estações e atendendo mais 80 mil passageiros por dia

A Secretaria de Parcerias em Investimento (SPI) do Estado de São Paulo autorizou estudos para expansão da Linha 4 – Amarela em duas novas estações — Chácara do Jockey e Taboão da Serra –, com investimentos previstos em mais R$ 3 bilhões. O projeto executivo está sendo desenvolvido pela concessionária ViaQuatro, atual operadora da linha. A previsão é de que as obras comecem em dezembro deste ano e as operações iniciem em 2028.

A extensão faz parte da promessa do governador Tarcísio de Freitas durante as eleições de 2022, que previa estender a rede metroviária para a região sudoeste da capital para aliviar o trânsito nas rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt, reduzindo o fluxo de veículos na capital e atender a população da região metropolitana.

“Este mês, estivemos em reunião com o prefeito de Taboão da Serra para discussão de alguns pontos do projeto. Conceitualmente, essa obra já é paradigmática: será, provavelmente, a primeira linha da rede metroviária a ultrapassar os limites da capital. Uma vez aprovado o projeto e especialmente o orçamento, iniciaremos as obras.”, explica o secretário executivo de Parcerias em Investimento, André Isper Rodrigues Barnabé.

A ligação entre o município de Taboão da Serra e o centro de São Paulo será reduzida para quem utilizar o transporte público. O tempo de viagem previsto é de 55 minutos e haverá integração com os terminais de ônibus nas estações Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Butantã e outros da região. A implementação das duas novas estações vai atender mais de 80 mil novos usuários por dia.

Atualmente, a Linha 4-Amarela opera em 12,8 km de extensão com 11 estações: Luz, República, Higienópolis-Mackenzie, Paulista, Oscar Freire, Fradique Coutinho, Faria Lima, Pinheiros, Butantã, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia. Com a expansão, ela ganhará mais 3,3 km, totalizando 16,1 km.

Novas estações

A nova Estação Taboão da Serra deverá ser construída na antiga Sorana Sul e terá duas entradas, uma na própria Sorana e outra do lado oposto a Rodovia Régis Bittencourt. Já a Estação Chácara do Jockey ficará localizada próxima ao Parque Chácara do Jockey, na Avenida Professor Francisco Morato, na Vila Sônia.

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Depois de 30 meses, ViaMobilidade devolve primeiro trem da Série 8500 para a CPTM

 

Composição tinha previsão de devolução até maio de 2023, mas cronograma atrasou em oito meses. Demora na entrega dos trens da Série 8900 impactou no processo de devolução

Nesta sexta-feira (26) a ViaMobilidade, operadora das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos, teria efetivado a devolução do primeiro trem da Série 8500 (H568) para a CPTM com quase oito meses de atraso.

A composição em questão foi vista em vias da CPTM após ser revisada e receber a caracterização da companhia de trens do estado.

As composições da Série 8500 foram cedidas para a concessionária em caráter temporário até que a empresa efetivasse a aquisição de sua nova frota de 36 trens. Os trens fabricadas pela Alstom sofreram atrasos por questões de cadeia de suprimentos.

Originalmente, os dois primeiros trens da CPTM deveriam ter retornado 23 meses após a assinatura do contrato (30/06/2021), sendo a data limite o dia 30 de maio de 2023.


Cronograma de entrega de trens (STM)

Porém, a devolução ocorreu depois de 30 meses da assinatura do contrato, ou seja, uma diferença efetiva de 7 meses e 27 dias do prazo original.

A devolução dos trens é importante para a CPTM, que poderá reforçar sua frota, oferecendo maior nível de conforto aos passageiros das demais linhas.


Composição voltará a operar nas linhas da CPTM

A aquisição de trens por parte da ViaMobilidade é uma dos investimentos mais pujantes de toda a concessão. As novas composições vem com a promessa de aumentar o conforto e confiabilidade das viagens nas linhas concedidas. Atualmente um terço da frota foi entregue.

Cabe lembrar que a concessionária deverá devolver, além dos trens da Série 8500, todas as composições da Série 7500 e algumas da Série 7000 para a CPTM. Portanto, ainda há muito o que ser feito para efetivar a entrega dos trens para a estatal. Em nota enviada ao site, a ViaMobilidade se posicionou sobre a devolução do trem.

“Com o avanço gradativo do recebimento dos 36 novos trens adquiridos da Alstom, que fazem parte do investimento de R$ 4 bilhões em melhorias nos três primeiros anos de concessão das Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, a ViaMobilidade iniciou o processo de devolução das composições ao poder concedente. Hoje, o primeiro (H568) foi devolvido à CPTM.


Conforme previsto em contrato, a concessionária mantém o compromisso de realizar a revisão e a vistoria de todos os trens que serão devolvidos ao poder concedente.
Para manter o serviço de transporte, de forma a não trazer impactos aos passageiros, a frota será devolvida gradativamente até o recebimento integral das novas composições, considerando a demanda operacional.”
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Linha 12 - Safira, da CPTM, vai ser interditada depois do Natal entre estações Tatuapé e Brás

Objetivo é que o trecho passe por melhorias, segundo a companhia.

A linha 12 - Safira, da CPTM, vai ser interditada entre as estações Tatuapé e Brás, na Zona Leste de São Paulo, depois do Natal para obras de melhoria no trajeto a um custo de R$ 1 milhão.

A ideia é instalar nos trilhos os travessões em "x" para melhorar embarque e desembarque.

“Vai melhorar a fluidez, vai agilizar o embarque e o desembarque dos passageiros atrás das plataformas 6 e 7 e um segundo ponto, assim, serão implementados travessões em ‘x’. A partir do momento em que eles forem implementados vão começar os estudos e os testes práticos para buscar uma melhoria no tempo de percurso e diminuir o intervalo dos trens também”, diz Paulo Mota, gerente de circulação da CPTM.


O período de janeiro e fevereiro foi escolhido por ter menor fluxo de usuários. Segundo a companhia, a queda é de 16% no número de passageiros em janeiro e de 5% em fevereiro.

Como opção, além da linha 11 - Coral e da linha 3 - Vermelha do Metrô, cinco ônibus da operação Paese vão fazer o percurso entre o Tatuapé e o Brás.

A linha 12 transporta, em média, 300 mil pessoas por dia. Ainda segundo a companhia, vão ser feitas avaliações diárias durante o período de obras para adaptar a disponibilidade de trens e dos ônibus. A obra começa no dia 26 de dezembro e vai até o dia 25 de fevereiro do ano que vem, um domingo, voltando a operação normal no dia seguinte.

O Expresso Aeroporto não vai sofrer modificações durante as obras na linha 12 - Safira.

Vimos no G1

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Tarifa dos trens e metrô em São Paulo vai subir para R$ 5 em 1º de janeiro de 2024

Aumento será de R$ 0,60 em relação ao preço atual, de R$ 4,40. O valor está congelado há três anos. Informação foi divulgada pelo governo estadual e pegou prefeitura da capital de surpresa, que negou o reajuste no transporte municipal.

A tarifa dos trens e metrô em São Paulo vai subir para R$ 5 a partir de 1º de janeiro de 2024. A informação foi apurada pela TV Globo com a gestão estadual.

O aumento será de R$ 0,60 em relação ao preço atual, que é de R$ 4,40. O valor do transporte está congelado há três anos.

Inicialmente, o governo tinha informado que o reajuste também seria aplicado no transporte municipal da capital. A Prefeitura de SP, entretanto, negou que irá elevar o valor da tarifa.



Historicamente, o município sempre acompanha o aumento com o estado. Entretanto, por ser ano eleitoral, a gestão de Nunes tenta postergar a medida.

A tarifa de ônibus dos trens e do metrô tem o mesmo valor desde 2012. Desde então, o preço não era alterado em comum acordo. A decisão unilateral do governo do estado agora quebra esse ciclo.

O valor da tarifa da integração ônibus com metrô/CPTM na cidade de São Paulo subirá para R$ 8,20 a partir de janeiro.

A tarifa será reajustada em 7,19%. Atualmente, o valor cobrado é de R$ 7,65. As informações são da STM (Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo).

No final do mês passado, conforme noticiado pelo g1, Tarcísio já tinha sinalizado o aumento no valor das tarifas de Metrô, e trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e trens metropolitanos privatizados.

A tarifa não sofre alteração desde janeiro de 2020. Segundo o governador, a falta de reajuste prejudica a situação financeira das empresas públicas, como Metrô e CPTM.

"A tarifa está congelada há muito tempo e a gente tem que começar a fazer conta. Ou eu repasso alguma coisa pra tarifa ou a gente permanece com ela congelada e eu aumento o subsídio. Quanto mais tempo a tarifa ficar congelada, mais subsídio a gente vai ter", defendeu ele no final de novembro.

Vimos no G1
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Tarifa zero: São Paulo terá ônibus de graça aos domingos

Experiência será adotada pela Prefeitura neste domingo, mas não está prevista adesão de Metrô e CPTM; passe livre no transporte coletivo opõe Nunes, pré-candidato à reeleição, e Tarcísio de Freitas, governador do Estado

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou nesta segunda-feira, 11, que a gestão municipal decidiu implementar a tarifa zero nos transporte coletivo municipal aos domingos na capital paulista. A medida começa a valer já neste mês, a partir do próximo dia 17, e contempla 1.175 linhas. O acesso dos passageiros deverá continuar ocorrendo pela porta da frente dos ônibus.

A gratuidade também será estendida para Natal, Ano Novo e Aniversário de São Paulo. A ideia é usar esse modelo como teste para entender os efeitos da gratuidade da passagem na cidade. Na última semana, uma subcomissão da Câmara Municipal dedicada ao tema deu aval para a medida em relatório final, sugerindo algumas opções para a adoção gradual da tarifa zero.


Com a medida, que ganhou o nome de Domingão Tarifa Zero, a Prefeitura irá deixar de arrecadar, por ano, R$ 283 milhões com passagens aos domingos. O custo total da operação não foi especificado. "O valor que a gente abre mão da receita será compensado com a utilização pela sociedade para poder conhecer a cidade", disse Nunes, em coletiva de imprensa na sede da Prefeitura, no centro.

"Isso (a tarifa zero) vai dar uma condição de bem-estar muito importante e a geração de atividade econômica forte aos domingos", afirmou ainda o prefeito. A gratuidade será de 0h às 23h59, e contempla todas as linhas de ônibus que atendem a cidade aos domingos. Se houver demanda maior em algumas regiões, o plano é fazer ajustes nas próximas semanas.

Atualmente, cerca de 2,2 milhões de passageiros usam o sistema de ônibus aos domingos, segundo a Prefeitura. Com a tarifa zero, mesmo se dobrar essa quantidade de passageiros (para 4,4 milhões), a estimativa da gestão é que os 4.830 ônibus que circulam na cidade nesse dia deem conta desse possível aumento.

"Essa frota circula com 40% da sua capacidade, portanto, nós temos 60% dos ônibus ociosos. Não será necessário ampliar o número de ônibus", disse Nunes. A medida, afirmou, não tem prazo de validade, e a ideia ventilada anteriormente de estender a tarifa zero também para o período da madrugada não está descartada. "A gente ainda está estudando", acrescentou.

Conforme o prefeito, as mudanças anunciadas na última semana em relação à Operação Delegada, que preevem inclusive pagar 30% a mais a policiais militares que atuarem na Cracolândia, respaldam a adoção da tarifa zero na cidade. "Existe todo um trabalho de reforço da questão da segurança que já vinha sendo desenvolvido, inclusive para fazer frente a ter mais pessoas aos domingos."

Nunes, que pretende se candidatar à reeleição no ano que vem, tem tratado a proposta como uma de suas bandeiras. Enquanto isso, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse recentemente ser "absolutamente contra" o modelo - uma eventual adesão por parte do Estado estenderia o benefício, por exemplo, para as linhas de Metrô e CPTM.

Para o prefeito, a negativa de adesão por parte do Estado não se trata de um problema. "Serão só os ônibus, já que eles atendem 100% o nosso objetivo, sem necessidade de Metrô e CPTM", afirmou Nunes, que disse ter se reunido com Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da capital paulista, para discutir o tema nesta segunda. Como o Estadão mostrou, o tema da tarifa zero opõe o prefeito e o governador.

A Prefeitura estuda a adoção da tarifa zero há mais de um ano. O prefeito já havia indicado preferir adotar a medida aos domingos, por ser um dia de menor demanda do transporte e, ao mesmo tempo, para estimular a população a frequentar comércios e serviços quando costuma haver menor movimentação.

A adoção da tarifa zero ganhou força em um contexto de queda de passageiros no transporte público municipal. Em 2019, eram cerca nove milhões de passageiros por dia, ante sete milhões neste ano, segundo dados da Prefeitura. Hoje, o valor da tarifa de ônibus está fixado em R$ 4,40 na capital.

No mês passado, o município de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, instituiu a gratuidade nas linhas de ônibus municipais. A isenção da tarifa é válida para as oito linhas geridas pela Viação Padre Eustáquio (Vipe), concessionária de transportes do município. Foi a terceira cidade da Grande São Paulo a instituir a tarifa zero nos ônibus municipais. A primeira foi Vargem Grande Paulista, em 2019. Um ano depois, foi a vez de Pirapora do Bom Jesus.

Subsídio recorde

Até novembro, foram pagos R$ 5,3 bilhões em subsídios às empresas de ônibus em São Paulo, o recorde da série histórica, segundo a SPTrans. No último ano, o aporte já havia atingido seu maior patamar: R$ 5,1 bilhões. Para se ter um parâmetro, o número representa mais do que o dobro do que foi pago em 2016, quando o subsídio foi de R$ 2,5 bilhões.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, a compensação tarifária "permite que o sistema seja inclusivo com tarifa acessível, integração gratuita entre ônibus, desconto na integração com o sistema sobre trilhos e gratuidade a idosos, estudantes e pessoas com deficiência".

Vimos no Terra

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DIRETO DO METRÔ

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